segunda-feira, 13 de março de 2017

Minha Maternidade Invisível





Há uma hashtag muito usada atualmente na mídia social: #maternidadereal.

Esta tag é geralmente acompanhada por fotos de mães com seus filhos, e status que descrevem uma ou muitas das dificuldades que surgem com a maternidade. Embora eu pense que este é um grande movimento, não posso deixar de notar que há um certo tipo de mãe que não está representada nestas hashtags.

É o tipo de mãe que sou: uma mãe sem filhos vivos.

Meu único filho, um filho, nasceu com 38 semanas 5 dias. Meu marido e eu tivemos  nosso filho no hospital, nós o seguramos, nós o nomeamos. Nos apaixonamos profundamente por ele no dia em que ele nasceu, como todos os pais.

Experimentamos todas as coisas que a maioria dos pais fazem, a única diferença é que não conseguimos levar nosso filho para casa.
Em vez disso, nossa jornada de parentalidade começou com buscas de respostas, com longas conversas com médicos. Começou com telefonemas e arranjos de flores, com reuniões em funerárias. Envolveu escolher um funeral e um projeto de lápide.

A maternidade começou com tristeza, e continua com tristeza.
Apesar do que muitas pessoas parecem acreditar, quando seu filho morre, você não pára de ser mãe. Assim como meu filho não pára de ser meu filho. Estamos amarrados, somos família, para sempre!!

A maternidade para mim envolve cuidar do lugar de descanso do meu filho, envolve falar sobre sua vida. Trata-se de cuidar e cuidar de sua memória diariamente, em vez de seu corpo físico. Minha maternidade parece diferente da maternidade da maioria das mulheres.

A maternidade para mim é ter de defender a minha maternidade, quando as pessoas tentam a tirar de mim por ter os braços vazios.

Eu sou uma mãe invisível, e isso é maternidade.

Esta é a maternidade real também.

(Texto de KerriAnne Guanch para o blog http://www.mother.ly - Tradução livre Grupo SobreViver)

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